quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Dieta caseira para cães e gatos: utilização e benefícios

As dietas caseiras para cães e gatos proporcionam muitas vantagens, principalmente aos animais que sofrem de alguma patologia e não se adaptam às dietas comerciais terapêuticas, que podem não ter palatabilidade ou aceitabilidade, particularmente em doenças avançadas. Por esse motivo é importante que seja oferecido ao animal uma dieta completa, balanceada, palatável e própria para sua condição de saúde. 



As dietas caseiras produzidas pela PetPapá possuem todas essas características e ainda contam com a flexibilidade para inclusão de ingredientes que o animal tenha preferência. As dietas foram formuladas baseando-se nas necessidades nutricionais descritas no Nutrient Requirements of Dogs and Cats (NRC, 2006).  

Como principais ingredientes tem-se: carne de frango, carne bovina, fígado bovino, ovo de galinha caipira, cenoura, vagem e chuchu. Além disso, adiciona-se suplemento mineral e vitamínico que garante as necessidades diárias de cães e gatos, evitando carências muito comuns em animais que consomem dietas caseiras desbalanceadas e sem suplementação. A PetPapá não utiliza corantes e conservantes nas suas dietas, por isso depois de descongeladas devem ser consumidas em até 72h.


As dietas da PetPapá são todas cozidas. O alimento cozido é preferível ao alimento cru, pois o cozimento melhora a digestibilidade e destrói microorganismos e parasitas que podem causar doenças (Strombeck, 1999). Como resultado da melhor digestibilidade, o animal produz menor volume fecal e reduzida fermentação a nível intestinal, diminuindo as chances de ter diarreia. Além disso, segundo Houpt & Smith (1981), os cães preferem carne cozida à carne crua e ainda apresentam leve preferência por carne moída em relação à carne em pedaços.

A transição do alimento atual para a dieta caseira deve ser gradual e ter uma duração de, no mínimo, 8 dias, iniciando-se com 25% nos primeiros 3 dias, 50% nos quarto e quinto dias e 75% nos últimos 3 dias. No nono dia oferecer 100% de PetPapá. Essa transição é importante para evitar flatulência e diarreia, mesmo nos animais que estão acostumados com troca abrupta de alimento.

Adaptação do texto da Dra. Manuela Marques Fischer

Referências bibiográficas

Houpt, K. A., Smith, S. L.1981. Taste preferences and their relation to obesity in dogs and cats. The Canadian Veterinary Journal, 22, p. 77-81.

National Research Council. 2006. Nutrient Requirements of Dogs and Cats. The National Academy Press: Washington, D.C. 398 p.

Strombeck, D. R. 1999. Food safety and preparation. In Home-prepared dog and cat diets: The healthful alternative. Ames, IA: Iowa State Press, p. 43-61.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Dietas caseiras: receitas da internet ou dietas elaboradas por veterinários?

Sabemos que cães e gatos são mais do que animais de estimação: são filhos! E como filhos, merecem o melhor!


Maria Cristina
Zíngara e sua mamãe, Mª Cristina.
Os tutores de cães e gatos têm se mostrado cada vez mais interessados em fornecer uma alimentação mais saudável aos seus animais. Por esse motivo vem crescendo o número de adeptos à alimentação caseira. E vem crescendo também o número de dietas desbalanceadas desenvolvidas por pessoas que não são capacitadas. 

Para formular uma dieta caseira completa e balanceada é preciso conhecer as necessidades nutricionais de cada espécie, respeitando assim a sua fisiologia. A grande maioria das dietas encontradas na internet não são completas e balanceadas, isso significa que não suprem as exigências de alguns nutrientes como aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas e minerais. 

Antes de fazer ou de comprar uma dieta para seu pet, procure se informar se ela é realmente completa e balanceada, caso contrário, a curto ou médio prazo o seu mascote poderá apresentar deficiências nutricionais, especialmente se for filhote


Dê preferência por dietas formuladas por veterinários ou zootecnistas com alguma especialização em nutrição de cães e gatos. 

Lembre-se: é a saúde do seu filho que está em jogo!


Dra. Manuela Marques Fischer - CRMV/RS 11016 - Médica veterinária especialista em nutrição de cães e gatos

domingo, 28 de junho de 2015

Preste atenção à Digestibilidade!

Será que seu pet está absorvendo bem os nutrientes do seu alimento?



A alimentação caseira natural possui propriedades digestivas eficazes por possuir ingredientes de alta qualidade e pouco processados.












Você lê na embalagem do alimento do seu cão ou gato: tantos % de proteína, de vitaminas ou de outros elementos, indicando que é rico nesses nutrientes. Daí pensa: "Isso aqui vai alimentar bem meu pet!". Será?

Ser rico em nutrientes não significa que o organismo vai absorvê-los na quantidade em que precisa para seu ótimo funcionamento; 

Ao se alimentarem, nossos gatos e cães (bem como nós humanos também), ingerem porções de comida que são grandes demais para serem absorvidos e levados a todas as células do corpo. É por isso que é realizada a digestão.

Digestão é a quebra do alimento ingerido por um organismo vivo nas unidades químicas que compõe o alimento (proteína em aminoácidos, amido em glicose, gordura em ácidos graxos). Isso ocorre pela ação conjunta da mastigação, ação das enzimas digestivas e movimento dos órgãos digestivos. Numa uma fatia de carne, por exemplo, a ação da mastigação e das enzimas desmancham em pedaços pequenos até “dissolver” a carne em proteínas (as unidades básicas que constituem a carne) e por sua vez nos aminoácidos (unidades que formam a proteína) para que estes possam ser absorvidos no intestino delgado.

Digestibilidade é o termo dado para o quanto que um alimento consegue ser degradado e absorvido pelo corpo. Logo, um alimento de alta digestibilidade é um alimento em que o organismo consegue, através de suas enzimas digestivas, degradar o alimento com eficácia e por consequência absorver grande quantidade dos nutrientes fornecidos por ele. Já um alimento de baixa digestibilidade será difícil de ser aproveitado em grande quantidade, pois os ingredientes do produto não são facilmente degradados pelas enzimas digestivas. Acabará, portanto, indo se juntar ao bolo fecal (alimentos de baixa digestibilidade formam mais fezes em comparação aos de alta digestibilidade!).

Problemas de saúde podem ocorrer em decorrência do consumo de alimentos de má digestibilidade, como falta de nutrientes e até mesmo intolerâncias alimentares.

A qualidade dos ingredientes é a chave para a digestibilidade. Naquele rótulo que você leu dizendo que o alimento é rico em proteínas, muito provavelmente está certo; possui grande quantidade dessas. Mas se o ingrediente que possui a proteína ou vitamina não for de boa qualidade, muito pouco será absorvido pelo intestino.


A melhor forma de se assegurar que um produto é de qualidade é observando quais são as fontes dos nutrientes do alimento. Produtos extremamente processados tem a tendência de utilizar subprodutos ou restos do ingrediente original e portanto tendem a serem ingredientes de qualidade inferior. Alimentos minimamente processados, como a comida natural, possuem uma disponibilidade de nutrientes muito maior por se valerem de ingredientes frescos no seu preparo. Portanto, alimentos menos processados tornam-se um ótimo investimento por permitirem uma melhor qualidade de vida do animal de companhia e ainda evitar gastos futuros com problemas de saúde.